O AMIGO QUE PRECISAMOS




Geraldo trabalhava na PRF desde que passara no concurso e tomara posse no cargo. O trabalho nem sempre lhe trazia realização pessoal, mas segundo a maioria, era um ótimo emprego, ganhava-se bem e não requeria grande esforço, era o que podia dizer baseando-se em seu prójprio cotidiano. Mas hoje em especial levantou-se animado, com desejo de pôr-se na estrada e colocar o coração dedicando-se ao trabalho com satisfação.

Pela manhã, depois de um café satisfatório, patrulha uma rodovia federal que corta Minas Gerais, o estado com a maior malha viária do Brasil e onde muitos acidentes automobilísticos acontecem. Havia chovido muito na tarde do dia anterior e a pista ainda estava um pouco húmida, quando seu carro acabou de fazer uma curva mais acentuada, avistou uma pessoa a movimentar os braços como a pedir que ele parasse para ajudar.

Geraldo imediatamente para o carro, desce rapidamente  e se aproxima. Assusta-se com a aparência da mulher que extremamente pálida, com a roupa ensanguentada, os cabelos em desalinho lhe fala sofregamente:

-  Preciso de ajuda. Tive um acidente...acidente ontem `a tardinha...meu filho...meu filho pequeno. Falava com a voz entrecortada pela respiração ofegante e apontava para o meio da mata.

Geraldo e seu companheiro de equipe seguem rapidamente pela mata, na direção indicada pela mulher, bastante aflita, esperando que ela os siga atrás. Após embrenhar-se no mato por uns dez metros avistaram um carro bastante deteriorado por colisões recentes, ainda sujo de terra, pedaços de galhos e folhas de arbustos. Aproximaram-se com cuidado e viram uma criança, sentada na cadeirinha no banco de trás. Parecia bastante tranquila, considerando a situação. No banco da frente havia uma mulher toda ensanguentada e com um corte na cabeça. Estava desarcordada.

Os  policiais, com muito esforco a moveram e  levantaram sua cabeça. Nesse momento seus corações disparam e se entreolharam como buscando compreender o imcompreensível: perceberam que se tratava da mulher que os havia avisado na BR. Examinaram-na e perceberam que não havia mais nada a fazer por ela. Imediatamente pediram pelo rádio a presença de equipe de socorro.

            A criança devia ter uns quatro ou cinco anos. Contou que o carro batera e depois que ele parara sua mãe não mais conversara com ele e nem respondera suas perguntas. Depois a noite chegou e tudo ficara escuro.

- E você fez o que? Não ficou com medo?

- No início sim, mas meu amiguinho ficou brincando comigo, e meu deu biscoito para comer e disse que era para ficar tranquilo que o socorro ia chegar.

            Os policiais se entreolharam. Cada vez a história ficava mais estranha.

- E onde está seu amigo agora?

- Não sei. Eu não vi mais quando vocês chegaram...

-E quem era ele?

- Ah era um amiguinho...um amigo que eu precisava...

Comentários

  1. Gratidão pelo relato. A atividade dos espíritos é muito mais intensa que que possamos imaginar.

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