Refletindo Sobre o Jaleco Pesado

 

 

Hoje fui fazer uma radiografia dentária e pensei muito na morte. Calma pessoal! Antes que um abusado fale que a pandemia está acarretando sérios danos às minhas funções neurológicas, gostaria de explicar. Isto não quer dizer que o vírus não tenha nos afetado, em nosso equilíbrio! Colocou a todos para olharem-se! Ele nos fez repensar em nossos valores, em como estávamos gastando nosso tempo e em o que realmente importa na vida. Mas isso é assunto para outro dia, voltemos aos dentes, ou melhor, à radiografia!

Primeiro, tenho que esclarecer que tipo de radiografia era. Não fui fazer uma radiografia qualquer, simples, de um dente só, não. Fui fazer uma radiografia panorâmica aquela em que podem ver toda a sua vida representada no histórico de seus dentes. As ausências, as perdas e a resiliência de alguns. Tudo que é perfeitamente normal que aconteça na vida de reles mortais.

Quando cheguei e entrei na sala de radiografia fiquei surpreendida como o aparelho de raio X, muito mais moderno do que o que eu havia encontrado, na última vez. Por isso, deduzi que havia muito tempo que não fazia uma radiografia. Assim que entrei na sala, o profissional que faz a radiografia me ofereceu um jaleco de proteção. Quando eu o coloquei, fiquei surpreendida com o peso! Acredito que os pecados devem pesar dessa forma. Por isso pela associação de ideias, que Freud nos apresentou há bastante tempo, meu pensamento foi levado a refletir sobre o passamento para a outra dimensão.

 Deixar o corpo e se desprender deve ser a mesma sensação de tirar um jaleco de proteção contra o raio X muito pesado. A sensação de leveza e liberdade ao deixá-lo, sem culpa, deve ser a mesma de sair de uma prisão! Entretanto, a alma ou espirito, como queiram, deve exercer o desapego. Deve abandoná-lo como quem cumpriu a sua missão e deixa com gratidão um instrumento do qual se serviu para o cumprimento de suas tarefas. Missão, não são somente as tarefas grandiosas tais quais as de Gandhi, Madre Teresa ou mesmo Papa Francisco. Cada um possui sua missão,que em termos gerais, é espalhar amor como sementes de flores no jardim de sua existência!

Por outro lado, se nos enxergamos de ponta cabeça, ou seja, como sendo somente um corpo que possui uma alma, naturalmente ao chegar o momento da separação poderemos nos sentir apegados ao casulo físico como se não pudéssemos existir sem ele.  Não o vendo como simplesmente uma vestimenta que usamos para uma existência; da mesma forma que usamos uma determinada roupa para uma ocasião especial, o ser humano pode ter dificuldades de se libertar no momento de voar para esferas mais celestiais!

Então caro amigo, o momento de tirar o jaleco pesado, será fácil ou difícil de acordo com o nosso modo de viver e ver a vida!

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