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Mostrando postagens de julho, 2017

BROA QUENTINHA COM CHEIRO DE ASSA-PEIXE

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Hoje não tenho mais minha mãe comigo. Ela ficou “encantada”, na versão de Guimarães Rosa, há doze anos. Meus pensamentos voam até o país maravilhoso da infância feliz em um sítio nas proximidades de Rio Espera. É sábado, um dia muito especial. Além de ser o dia em que podemos pescar, evidente que somente após o cumprimento das obrigações (varrer o terreiro com a vassoura de alecrim colhida por nós mesmos, bem de manhãzinha, no pasto das vacas de leite), minha mãe faz quitandas. Cedo, ela acende o fogo com palha de milho e lenha no forno de barro que tínhamos no terreiro.  Deixa queimar toda a lenha até o forno ficar bem quente, enquanto isso ela vai amassando as quitandas. A broa de milho é feita com uma massa bem dura, então ela “atende” a broa com uma xícara, ou seja, pega um pouco da massa, coloca na xícara, balança até que ela adquira uma forma arredondada e lisa e então, joga-a, com força no tabuleiro.   Antes de colocar para assar, as quitandas, ela, com uma vassoura de

BIDU

Ele ouviu passos ao longe e ficou arredio. Logo seu instinto o advertiu que podia correr perigo e uma inquietação desassossegou- lhe os modos: rosnou baixinho, enquanto girava em torno de si mesmo, depois permaneceu em alerta e aguardou. Os passos arrastados foram ficando cada vez mais próximos, então, ele se encolheu atrás de uma moita de capim, que ficava em um lote vago e aguardou. À medida que os passos se aproximavam, a figura ia crescendo, crescendo.             - Oi amiguinho! Trouxe uma surpresa para você.             Aquele ser jogou pedaços de pão, bem pertinho dele, mas não teve coragem de buscar, para não se expor.             - Come amiguinho! Come!              Ele desconfiava! Lágrimas de desejo caiam de seus olhos enquanto a boca salivava pelo alimento, no entanto, permaneceu firme, paralisado pelo medo. Depois de observá-lo mais um pouco, o ser se foi.             - Tchau amigo!             Sempre passara por aquela rua e havia notado o cachorrinho arred

Justificando o título do Blog

Penso que seja pertinente, antes de qualquer publicação, explicar o porquê do título do blog.   A palavra foi criada por mim na junção de duas outras: educação e griô ou griot.         A intenção, aqui, é escrever sobre educação em geral e especialmente sobre educação em museus e temas relacionados, no entanto, a intenção, também, é escrever histórias.         As histórias podem ter vínculo com a educação ou não. Considero o ato de contar histórias crucial, tanto como recurso educativo, como uma oportunidade de compartilhamento, o qual reforça a identidade cultural e diverte, simultaneamente.         Os dois temas são de grande interesse para mim. Recentemente, fiz uma pesquisa de mestrado em educação em museus cujo resultado respondeu algumas perguntas, porém, suscitaram outras, que caressem de reflexões e mais leituras. Portanto, a educação é um campo vasto de discussão e eu gostaria de continuá-la aqui.         Quanto à outra palavra, bem não sou uma contadora de história p