BROA QUENTINHA COM CHEIRO DE ASSA-PEIXE
Hoje não tenho mais minha mãe comigo. Ela ficou “encantada”, na versão de Guimarães Rosa, há doze anos. Meus pensamentos voam até o país maravilhoso da infância feliz em um sítio nas proximidades de Rio Espera. É sábado, um dia muito especial. Além de ser o dia em que podemos pescar, evidente que somente após o cumprimento das obrigações (varrer o terreiro com a vassoura de alecrim colhida por nós mesmos, bem de manhãzinha, no pasto das vacas de leite), minha mãe faz quitandas. Cedo, ela acende o fogo com palha de milho e lenha no forno de barro que tínhamos no terreiro. Deixa queimar toda a lenha até o forno ficar bem quente, enquanto isso ela vai amassando as quitandas. A broa de milho é feita com uma massa bem dura, então ela “atende” a broa com uma xícara, ou seja, pega um pouco da massa, coloca na xícara, balança até que ela adquira uma forma arredondada e lisa e então, joga-a, com força no tabuleiro. Antes de colocar para assar, as quitandas, ela, com uma vas...